Entre os dias 10 e 12 de junho, o Teatro Glauce Rocha, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande, foi palco da 4ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CESTT-MS).
O evento reuniu trabalhadoras, trabalhadores, dirigentes sindicais, conselheiros e representantes do SUS em um amplo debate sobre os impactos das reformas trabalhista e previdenciária na saúde da classe trabalhadora e os caminhos para a construção de políticas públicas efetivas no enfrentamento das desigualdades no mundo do trabalho.
Ricardo Bueno, Diretor de Finanças do SINTSS/MS e Presidente do Conselho Estadual de Saúde, destacou a importância da participação ativa dos sindicatos e dos conselhos de saúde:
"Nos últimos anos enfrentamos grandes dificuldades para fazer controle social, mas com a união dos conselhos municipais, do apoio do Conselho Nacional de Saúde e do Ministério da Saúde, conseguimos construir um espaço de diálogo fundamental para pensar um SUS forte, público e acessível, que respeite o trabalhador."
Na imagem abaixo, Ricardo Bueno fazendo uso da fala, na outra extremidade Caio Leonedas acompanha o evento.Na condição de delagada e delegado do evento, participaram da 4ª CESTT-MS, Eliane Souza Duarte, Diretora de Políticas e Formação Sindical do SINTSS/MS e Caio Leonedas, Suplente da Executiva SINTSS/MS.
A conferência aprofundou os debates em torno do eixo 1 da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, o eixo 2 que trata das relações de trabalho, mas de forma especial, do eixo 3, que enfatiza o papel do controle social.
Conforme Eduardo Bonfim, Coordenador Técnico do DIESAT, o Controle Social assumindo esse papel de transformar o “cenário de violência no trabalho em promoção da saúde”.
Essa reflexão foi reforçada diante de um contexto em que o desmonte dos direitos trabalhistas e previdenciários tem levado a uma intensificação das jornadas, à pejotização e à exposição cada vez mais prolongada a ambientes insalubres.
“O mundo mudou, o país mudou, então hoje nós temos perdas de direitos que têm impactado profundamente com à saúde do trabalhador ”, reforçou Marco Antônio Perez, Médico Sanitarista - CEREST de Campinas-SP.
Os debates realizados durante a CESTT-MS foram preparados para subsidiar a participação do Mato Grosso do Sul na 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, marcada para ocorrer em Brasília. A expectativa é que, com propostas consolidadas e construídas a muitas mãos, seja possível impulsionar a efetivação da política nacional em todos os territórios do país.
O SINTSS/MS, como sindicato que representa profissionais da saúde estadual, marcou presença com suas lideranças e reafirma seu compromisso com a defesa de condições dignas de trabalho, saúde e aposentadoria. Para o Sindicato, a conferência foi um espaço estratégico não só para apontar as mazelas impostas pela precarização do trabalho, mas principalmente para fortalecer a organização social e construir soluções coletivas que reforcem o fortalecimento do SUS.
Para encerrar, reproduzimos as palavras de Ricardo Bueno, que destacou a importância do apoio coletivo: “Agradeço a todas as equipes do interior, todos os conselhos que se dispuseram a fazer suas conferências, agradecer o Conselho Estadual de Saúde, a Secretaria Geral, o pessoal da comunicação, da relatoria, que lutou para estarmos hoje aqui, nos últimos anos a gente tem tido muita dificuldade de fazer controle social, e hoje a gente agradece ao apoio do Conselho Nacional, do Ministério da Saúde, que está nos apoiando pra gente debater, fazer uma discussão de saúde do trabalhador e a construção de um SUS cada vez mais forte para a classe trabalhadora”.
O SINTSS/MS segue firme na luta por um SUS que proteja, acolha e valorize quem mais precisa — as trabalhadoras e os trabalhadores do nosso estado e do país.
Escrito por: Sérgio Souza Júnior. AsCom SINTSS/MS
Na imagem abaixo, Eliane, Dirigente do SINTSS/MS posa ao lado de Zé Gotinha