01/04/2013 09:45
CGU aponta ganho de R$ 16 milhões de empresas de Adalberto Siufi em 3 anos no HC
Pio Redondo
Muito antes da realização da Operação Sangue Frio, da Policia Federal, em busca de contratos ilegais com empresas terceirizadas no Hospital do Câncer e no Hospital Universitário da UFMS, auditorias feitas pela Controladoria Geral da União, regional de Campo Grande, sobre as empresas da família Siufi e outras, indicavam aumento de faturamento expressivo no HC dirigido por Adalberto Siufi.
As empresas relacionadas pela CGU são Saffar e Siufi Sociedade Simples Ltda; Refix Serv Tec Rádio; Siufi e Silva S/S; Amaral Almirão e Carvalho Limitada; Eva Glória Siufi do Amaral; João Siufi Neto; Daniela Freitas dos Santos Siufi; e outros.
Em 2008, segundo dados da CGU, esse conjunto de empresas e parentes ligados a Siufi receberam R$ R$ 5.4 milhões do HC. Três anos depois, em 2011, o faturamento aumentou mais de três vezes, R$ 16.4 milhões. O item chamado de outros, sem especificação, soma um total de R$ 8.2 milhões.
A empresa com maior faturamento, a Saffar e Siuffi, recebeu no período R$ 11,1 milhões, ou 45% do total dos R$ 24 milhões.Todos os números com menção aos Siufi somam, no período,R$ 16.4 milhões.
O Hospital do Câncer trabalha, fundamentalmente, com recursos do SUS.
Com vêm citar que O Ministério Público Estadual descobriu manobra efetuada pelos donos da Saffar &Siufi burlou decisão do Conselho Curador da Fundação, de agosto de 2012, que decidiu pela rescisão do contrato com a empresa.
Mas em fevereiro de 2013, o MPE constatou que os diretores formaram outra empresa, com inversão, dos nomes, chamada Siufi e Saffar, nome fantasia da Neorad, que era contratada HC para o serviço de radioterapia, com valores de até 70% superiores à tabela SUS.
Um procedimento considerado grave, de remoção da parte superior da boca de um paciente (Maxilectomia Total em Oncologia) que custava R$ 4.956,14, com o aumento de 70%, custaria R$ 8.425,43 aos cofres públicos.
Essas informações também fazem parte dos argumentos da promotora de Justiça do Patrimônio Público, Fundações e Entidades de Terceiro Setor, Paula Volpe, do Ministério Público Estadual.
Em 14 de março, Volpe ajuizou ação na Justiça estadual, designada por sorteio para o juízo da 11ª Vara de Campo Grande, na qual pede apuração das denúncias, e imediata destituição dos principais diretores do HC, Adalberto Abrão Siufi, Blener Zan e Wagner Miranda.
O pedido foi indiretamente acatado pelo Conselho Curador – órgão máximo deliberativo do hospital, que afastou os diretores do HC.
A promotora Paula Volpe, que pediu a investigação ao TJMS, mesmo antes da Operação Sangue Frio, da PF e Da CGU (23/3) expressou dessa forma sobre o que ocorria no HC, até então: “Assim, os dirigentes da fundação, utilizando-se dos altos valores repassados pelos cofres públicos para serem aplicados com a saúde, acabam por contratar a si mesmos para a prestação dos serviços, auferindo vultosos lucros”. A promotora Paula Volpe diz que vai pedir de volta o dinheiro do SUS irregularmente empregado nas terceirizações do Hospital do Câncer.
Fonte: MIDIAMAX
http://migre.me/dWaFv