publicado em 21 de Junho de 2016 às 18:43 - Notícias

Dirigentes do SINTSS-MS participam da Palestra “Adolescência e Trabalho: riscos, cuidados e responsabilidade”

Evento - Crédito: Sérgio Souza Júnior

Diretores do SINTSS-MS estiveram hoje (21), na Escola de Saúde Pública Estadual, mas especificamente na Biblioteca de Ciências da Saúde, Dr Sérgio Arouca, participando do Projeto “Diálogos na Biblioteca” que chega a sua quarta edição com o tema: “Adolescência e Trabalho: riscos, cuidados e responsabilidade”.

O evento contou com a Palestra sobre Assédio Moral e Assédio Sexual, oferecida pela Procuradora do trabalho Dra. Simone Beatriz Assis Rezende do Ministério Púbico do Trabalho da 24ª Região (MPT). Segunda o portal da Escola, o evento buscava “debater sobre adolescentes e o mundo do trabalho, e o que representa nos dias de hoje o trabalho na vida deste adolescente que ao passar por um processo seletivo e de qualificação profissional cria expectativas com relação a seu mais novo emprego”.

Durante a exposição dos temas Assédio Moral e Sexual, abordados pela Drª Simone Beatriz, foram suscitados vários debates, sobretudo quanto à necessidade criar um sistema de proteção aos adolescentes, para que estes posam se defender de possíveis casos de abusos no ambiente de trabalho.

Para Alexandre Júnior Costa, Presidente do SINTSS-MS, ­­o evento foi muito válido, “precisamos de mais desses eventos no serviço público, são muitos jovens substituindo o trabalho que deveria ser feito por gente concursada, na realidade é mão de obra barata, você chega lá e não vê uma ação mais contundente da Secretaria de Saúde, para formar essas pessoas, infelizmente é que a gente vê. Enquanto sindicato a gente fica um pouco amarrado, nós já acionamos o Ministério Público, para que se chamem os concursados, mas a gente não vê uma ação mais efetiva no sentido de garantir estas convocações”, disse.

Segundo Ricardo Bueno, Vice-Presidente do Sintss-MS, “tem que se fazer um trabalho intenso do caso do MPT junto às instituições, que elas prezam os guris não podem ter mal comportamento, de não aceitar as afrontas dos chefes, eles acabam sendo os culpados por denunciar e um trabalho no estado, é um negócio de muito estudo para se chegar a algum lugar, pois esta luta de classes está aí”.  

Axana Uwimana, estagiária de serviço social, da Escola de Saúde Pública, também comentou sobre a realização desta atividade, “hoje a gente teve a oportunidade de discutir os adolescentes no trabalho, que foi algo muito interessante. Eu como estagiária vejo eles todos os dias no campo, e vendo que eles têm essa rotina de trabalho, essa responsabilidade, esse compromisso com o seu trabalho e muitas vezes sem ter que perder essa coisa da adolescência. Ao chegar no estágio e ver que eles são jovens, que eles estão em crescimento, em desenvolvimento, em busca do conhecimento, isto foi criou um momento de reflexão que nos fez, eu a supervisora do estágio, Estela Scandola, pensar em grupalizar eles, em dar visibilidade a eles, entre eles mesmos e entre todos os outros trabalhadores. Foi uma luta muito pontual, foi devagarzinho, através dessas rodas de conversas, onde os jovens participavam da forma de interagir com eles. Então foi importante ter a participação dos jovens neste processo, onde pude enxergar também eles enquanto crianças e adolescentes, que tem direitos e que tem que ter uma atenção, que a gente tem que ter um cuidado, uma responsabilidade mesmo. Eu ainda sou jovem também, mas, eu vejo que a carga ainda é maior, porque eu também sou responsável por isso, e foi algo que me deixou pensando e vai me deixar pensando, eu acho que valeu a pena todo esse trabalho, de trabalhar os direitos dos jovens, pontuou a estagiária.

Para Estela Scandola, uma das organizadoras do evento, “num primeiro momento observamos que os adolescentes não são vistos como trabalhadores, eles não são enxergados como força de trabalho, muito embora o sejam, muito embora façam o trabalho, como diz o Alexandre às vezes substitui o trabalhador formal". Desde que a gente está neste trabalho de implantar este projeto que a gente chamou de a força de trabalho do SUS, a gente começou a olhar os trabalhadores adolescentes e olhar os terceirizados, como trabalhadores do SUS. Os adolescentes não são vistos, uma coisa assim que é muito dolorida, eles vem pra cá, trabalham um ano e meio, dois anos e vão embora, ninguém mais sabe da vida deles, o que eles aprenderam conosco?”, questiona a assistente social.

Neste sentido, continua Estela, “todo o trabalho nosso é no sentido de olhar pra eles, de ter uma escuta qualificada, de eles saberem que eles podem contar com o serviço social. Temos uma roda de conversa mensal com eles, essa atividade surgiu da roda de conversa. Para mim esta atividade é o coroamento de uma necessidade do que a gente precisa fazer que é instalar a discussão do assédio sexual, dar essa visibilidade aos adolescentes, aos trabalhadores, por que a Secretaria de Saúde, a Seleta, o Instituto Mirim, eles precisam ter um trabalho de proteção aos adolescentes, que têm no local de trabalho vários riscos, psíquicos, físicos, mas sobretudo riscos advindos dessa violação dos direitos dos adolescentes”.

Estela Scandola espera que o desenvolvimento destes debates possa produzir uma ação mais permanente da Secretaria Estadual de Saúde sobre os adolescentes, nesta perspectiva que eles também são trabalhadores do SUS e reforça também a importância do sindicato abraçar esta pauta, pressionando a secretaria para fazer algo neste sentido, “eu fiquei muito feliz com a presença dos três membros da direção do sindicato aqui... porque realmente os adolescentes estão soltos e muito solitários nos seus problemas, nas suas angústias, nos riscos que sofrem”.    

A página Escola também traz estas informações sobre o evento de realizado nesta terça-feira (21).

“Mas afinal, o que cabe aos chefes e responsáveis quando este adolescente ingressa no primeiro emprego? Qual o papel de cada um de nós no ambiente de trabalho em relação a esse adolescente? Não podemos esquecer e continuar violando seus direitos, principalmente quando se trata da proteção integral, que passa a existir quando passamos a ouvi-los e sentirmos a necessidade de se debater abertamente as questões sobre o assédio moral, físico, sexual e psicológico que podem vir a ocorrer no ambiente de trabalho.

Nota:

O Projeto Diálogos na Biblioteca tem por objetivo abordar temas em diversas áreas da Saúde Pública por meio de encontros realizados na Biblioteca, de forma a potencializar e promover à troca de experiências no sentido de integralizar as contribuições de cada individuo de forma a pensar no que pode se fazer juntos por uma sociedade melhor, e ao mesmo tempo redesenhar o papel institucional com função social de envolver pessoas proporcionando espaços de fala e ampliação e compartilhamento do conhecimento”.

As fotos do evento você pode acessar no álbum clicando no link: https://www.facebook.com/sintss.sintss/photos/?tab=album&album_id=925003677611951

 

 

Escrito por: Sérgio Souza Júnior AsCom Sintss-MS

 

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