Aconteceu na manhã desta sexta-feira (11), em Campo Grande no Parque dos Poderes, a reunião do Fórum Dialoga, instrumento institucional do governo do estado de Mato Grosso do Sul, de relacionamento com os representantes dos servidores públicos estaduais.
Na oportunidade os representantes do governo apresentaram algumas informações para subsidiar o debate, ao Secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel coube a apresentação do tema; conjuntura econômica, onde o mesmo insistiu muito no elemento “crise econômica” e não apresentou nenhuma proposta de índice de reajuste salarial, tal como gostaria o Fórum Estadual dos Servidores Públicos do Estado.
Já o Secretário Estadual de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto de Assis, afirmou durante o debate que não abre mão do prazo estabelecido no calendário, para apresentação da proposta de reajuste salarial aos servidores públicos, marcada para o dia 31 de Março, na próxima edição do Fórum Dialoga.
O pedido foi reforçado pela Vice-Governadora do Estado, Rose Modesto que manifestou ter certeza que o governo estadual vai cumprir o prazo. Ela também pediu paciência para as entidades aguardarem.
Segundo ela, “a pedido dos sindicatos, nós cumprimos com a definição de um interlocutor técnico e político para a negociação, o segundo ponto, foi a reivindicação de um calendário de negociação que já foi apresentado aqui, o terceiro ponto é começar a discutir a data-base, mas que não havia garantia de ter índice na primeira reunião”, disse. Neste sentido, Modesto pediu para que os sindicatos seguissem o cronograma apresentado pelo governo.
Segundo consta na apresentação, o governo deve anunciar a sua proposta de reajuste salarial apenas no dia 31 de Março, data marcada para a nova reunião do Fórum Dialoga, já o mês de abril, está reservado para as negociações específicas por categoria.
Durante a fala dos representantes do Fórum dos Servidores Públicos, ficou evidente a preocupação dos dirigentes sindicais e de associações laborais, com o curtíssimo prazo para avaliação da proposta de índice de reajuste salarial do governo, uma vez que deverão ser realizadas assembleias de base, para aprovação, ou não, dessa proposição.
Para Alexandre Júnior Costa, Presidente do SINTSS-MS, “o governo do estado ressuscitou o cão do FMI* para tentar demonstrar um cenário de terra arrasada. Esta apresentação do governo requer, mais do que nunca, a unidade e o engajamento dos servidores públicos para esta negociação salarial, do contrário vão cobrar de nós, a conta da crise”.
Em sua fala, Giancarlo Miranda, Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de MS, o SINPOL, perguntou à mesa, “qual será o lapso temporal usado pelo governo do estado? Haverá índice linear para todas as categorias?”.
Riedel respondeu esquivamente da seguinte forma, “não podemos abrir a discussão sobre os meses referentes ao reajuste, dado o cenário econômico que vivemos, neste momento não temos condições de apresentar índice”, ressaltou.
O Fórum dos Servidores Públicos vai analisar o cenário econômico, com o apoio do escritório regional do Dieese, para o desenvolvimento de sua proposta de reajuste salarial linear do serviço público, a ser enviada ao governo estadual. Seus representantes defenderam na reunião que o reajuste salarial deve ser feito, observado o lapso temporal de dois anos de salários congelados.
*Fundo Monetário Internacional, famoso por apresentar na década de 90, propostas de cunho neoliberal, que repercutiram em arrocho salarial ao serviço público no Brasil.
Escrito por: Sérgio Souza Júnior