Os funcionários do HR (Hospital Regional) deixaram de fazer plantões durante a semana por falta de pagamento das escalas cumpridas no mês de junho. A decisão do Governo de pagar apenas os plantões de final de semana deixou todos profissionais, do nível fundamental ao superior revoltados.
De acordo com o Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul), Júlio César das Neves, com o calote dos plantões já acumulado em duas folhas de pagamento os funcionários perderam a motivação para cumprir escalas semanais, situação que já vem prejudicando à população, forçando o fechamento de leitos, provocando a redução drástica de atendimento em unidades de alta complexidade, como a CTI (Centro de Atendimento Intensivo), unidade coronariana. “Só na PS (Pronto Socorro) temos 40 pacientes atendidos por quatro funcionários, quantidade insuficiente em razão das gravidades dos casos”, lembra o sindicalista, o Sindicato já alertou o governo em 2007 da situação do quadro de funcionários defasados.
Para a direção do Sintss-MS, ao invés de o governo abrir concurso público, implantar o PCC da saúde já determinado pela Justiça Estadual, dá sequência a política de tapar o buracos com contratações temporárias, já contestada pelo Sindicato na justiça. A situação esta se agravando: leitos fechados por falta de servidores que não aceitam trabalhar sem saber se vão receber, o Pronto Socorro super lotado. Isso em meio a uma luta contra o vírus H1N1.
Júlio Cesar esclarece que os trabalhadores do HR estão entre os que ganham os menores salários do Poder Executivo, para uma jornada diária estressante. Os plantões então passam a ser incorporados na previsão de recebimento e a suspensão do pagamento, além de ilegal, desequilibra o orçamento familiar. Para 60 horas de Plantões, um funcionário de nível médio recebe R$ 760,00 mensais, mais que o salário base que de R$ 494,50.
Um dos motivos apontados pelo Sindicato para a suspensão do pagamento dos plantões foi a falta de previsão orçamentária na folha, motivado pelo reajuste de 6% nos salários, o que causa efeito cascata nas diárias e plantões, fazendo exceder o teto de gastos com folha de pagamento do Hospital Regional. “Engraçado que tem uma cooperativa contratada a peso de ouro para prestar assessoria administrativa ao hospital e deixa a desejar, pois sequer consegue gerenciar adequadamente o financeiro. Não podemos ser penalizados por isso”, comenta Júlio César.
Assessoria Sindical do Sintss-MS
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Júlio César das Neves - 66 3384-5608