Durante os três dias, dirigentes da CUT em todo o país discutirão com representantes dos movimentos sociais, da Academia e da blogosfera mecanismos que possam ampliar a rede de informação da classe trabalhadora e expandir a liberdade de expressão.
Para a secretária de Comunicação da Central, Rosane Bertotti, um dos debates principais do encontro deve ser como fazer com que o poder público enxergue o acesso à informação como ponto estratégico dentro da pauta.
“O governo ainda não mostrou sua posição política sobre a democratização da comunicação. Ao contrário, após a realização da 1ª Conferência Nacional, sinalizou projetos, mas adotou posição extrema ao dizer que não discutiria mais a construção de um marco regulatório. Na questão da banda larga, privilegia as teles o projeto de TV digital não ser aquele que pensamos em conjunto. A comunicação no país não e a diversidade do país”, aponta.
Ao lembrar de recente declaração do ex-presidente Lula sobre a necessidade de os movimentos sociais articularem uma rede de comunicação, Rosane assinalou que isso depende também de políticas públicas.
“Não conseguiremos democratizar a comunicação se não acabarmos com a propriedade cruzada, se não mudarmos a forma de concessão de canais de TV e rádio e não impedirmos que detentores de cargos públicos sejam donos de emissoras, se não estabelecermos regras para termos mais produção nacional, se 70% da publicidade do governo continuar indo para as mãos de grandes grupos econômicos”, critica.
Para expressar a liberdade –Modificar o atual cenário de produção e acesso à informação no país exige a criação de um marco regulatório, um conjunto de regras para o setor.
Para isso, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que atualmente conta com Rosane Bertotti como coordenadora, promove a campanha “Para Expressar a Liberdade”, que colherá assinaturas em todo o Brasil para apresentar um o projeto de iniciativa popular de um novo marco.
“Se isso não vem do governo e do poder Legislativo, virá do povo brasileiro. Porque quando você não regulamenta, quem faz isso é o poder do Capital. Não queremos censurar a liberdade de expressão de nenhuma emissora, apenas que outros segmentos da sociedade possam ter a mesma liberdade.”
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Texto de Karina Vilas Boas, FETEMS.