No final da tarde desta terça-feira (1), entidades ligadas à saúde se reuniram com o Secretário Municipal de Saúde, Ivandro Corrêa Fonseca, na sede da Sesau* e protocolaram um documento contrário à proposta de terceirização da saúde no município de Campo Grande.
Ainda na manhã de hoje (1), as mesmas entidades estiveram na governadoria do estado e protocolaram o mesmo pedido de audiência com o governo, para tratar do tema e aguardam o retorno desta solicitação.
Ricardo Bueno, Presidente do Conselho Estadual de Saúde e Vice-Presidente do Sintss-MS fez a apresentação do movimento em defesa da saúde pública e contra a terceirização para o Secretário Municipal de Saúde, reiterando a existência de diversas experiências negativas no país de Gestões de Saúde, privatizadas por meio de OSs (Organização Social de Saúde).
Na sequência, Ivandro Fonseca se posicionou contrário à privatização da saúde pública, em suas palavras ele afirmou, “sou defensor do SUS, do patrimônio público e do servidor público”.
O secretário afirmou também que foi elaborado um relatório sobre a gestão da saúde municipal que comprova os avanços das politicas públicas no setor, e citou ainda estudo realizado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) junto com a ONG Contas Abertas, que cita Campo Grande como a capital que mais destinou recursos à saúde, com gasto percapita de R$3,18 reais, em contraposição ao governo estadual que detém apenas a 24º posição no ranking com o investimento de R$0,80 centavos de real por habitante.
Ivandro comentou ainda que, “não temos como fazer experiências nessa conjuntura que vivemos no país, onde vários resultados de gestões privatizadas via OSs são catastróficas”, disse.
O Presidente do SINMED-MS, Dr. Valdir Shigueiro Siroma, também estava na reunião e compõem este movimento, para ele “a saúde pública deve ser oferecida pelo gestor público da saúde”, a proposta de terceirização das OSs, em nível nacional é de baixa qualidade e sem resolutividade, vide o caos que se encontra a saúde no estado do Rio de Janeiro.
Para Alexandre Júnior Costa, Presidente do SINTSS-MS a reunião foi positiva, segundo ele, “é importante a unidade dos trabalhadores e entidades de classe da saúde nesta luta, mas também é fundamental envolver a sociedade neste debate, ela precisa entender os malefícios que a terceirização traz”, ressaltou o dirigente sindical.
O movimento em Defesa da Saúde Pública vai se reunir nos próximos dias para fazer análises de possibilidades jurídicas para a luta contra a terceirização da saúde via OSs, tanto sobre a situação deste tema em nível estadual e municipal, além de realizar um abaixo-assinado contra este projeto.
Na Câmara de Campo Grande, o movimento deve protocolar o mesmo documento contrário à proposta de privatização da saúde, que vinha sendo ventilada na gestão Olarte e passou a ser cogitada no último período na Câmara de Vereadores da capital.
São entidades e instituições que compõem esta iniciativa: SINTSS-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul), Conselho Regional de Odontologia-MS, Conselho Estadual de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, Conselho Regional de Fisioterapia de MS, Conselho Regional de Serviço Social, Sindicato dos Médicos de MS, Sindicato dos Odontologistas de MS, Conselho Regional de Enfermagem (COREN), Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande, Sindicatos dos Trabalhadores Públicos Federais de MS e Mesa de Negociação do SUS.
Escrito por: Sérgio Souza Júnior Ascom Sintss-MS
*Secretaria Municipal de Saúde Pública