publicado em 25 de Abril de 2013 às 16:25 - Notícias

Polícia Civil investiga desmandos na Saúde, após denúncias de médico sindicalista dirigente do SINTSSMS

Dr Ronaldo Costa é um dos maiores debatedores da Saúde Pública do MS.

Por Pio Redondo

Depois de denúncias formuladas pelo médico e sindicalista Ronaldo Costa ao Ministério Público Estadual, ainda em 2007, sobre o esvaziamento das atividades fundamentais do SUS em hospitais públicos do MS, como o tratamento oncológico, agora a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes de Defraudações eFalsificações (Dedfaz) entrou no caso.

Hoje pela manhã, o sindicalista foi ouvido pela delegada Ariene Nazareth Murad de Souza Cury que, a partir de comunicado da 29ª Procuradoria de Justiça, instaurou um inquérito para dar seguimento às apurações que a Polícia Federal vem fazendo sobre os fatos denunciados.

Em 2007, Ronaldo Costa já denunciava o desmonte do setor de oncologia nos hospitaispúblicos, como também a desativação do CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do MS.

“Foram as primeiras denúncias que formulei, no sentido de melhorar o sistema público, que deram origem a toda a investigação do setor de oncologia, agora. À época,a suspeita era de que grupos privados estariam se apropriando de todos os serviços, criando um monopólio do atendimento da oncologia no estado, usando tráfico de influência e proximidades com os gestores estaduais, impedindo que novos serviços públicos fossem abertos, fazendo disso um domínio individual, para objeto meramente de lucro”.

De fato, com a deflagração da Operação Sangue Frio, realizada pela CGU e a Polícia Federal no mês passado, as denúncias do sindicalista vieram a ser comprovadas. A Sangue Frio, depois de mil horas de gravações, descobriu que o Hospital Universitário da UFMS desativou o atendimento oncológico em favor do Hospital do Câncer, dirigido pelo médico Adalberto Siufi.

Empresas ligadas à família de Siufi e outros diretores eram contratadas por eles mesmos no HC,com pagamentos superiores em até 70% a tabela do SUS, como no caso da clínica Neorad.

Além disso, tanto a CGU quanto a PF retiveram documentos e computadores sobre contratos nos dois hospitais. Em Campo Grande, comenta-se que apesar do decreto de sigilo às investigações ter sido imposto pela Justiça, gravações teriam sido vazadas, em trechos que implicam autoridades superiores.

No depoimento à delegada Ariene Nazareth, Ronaldo Cosa frisou que estes serviços são de baixa qualidade, porque não atendem a Resolução 471 da Anvisa, que determinou que “os centros de oncologia tem de ser completos, crianças e adultos, com quimioterapia, radioterapia, pronto-socorro para pacientes oncológicos, assistência social e também cirurgia plástica reparadora, nos casos necessários de paciente mutilados pelas cirurgias de câncer, entre outras providências”.

Policia Civil

Segundo o sindicalista, como as denúncias que originaram a investigação foram direcionadas para órgãos que recebem recursos federais, e surgiramindícios de que órgãos estaduais estariam envolvidos também, foi necessário ampliar essa investigação para a Polícia Civil, para que as apuração de responsabilidades na área estadual fossem feitas em conjunto.

“A questão é que não só a oncologia está no inquérito, mas agora há possibilidade para que a gente possa ampliar essas investigações com novas suspeitas de irregularidades e desmonte do SUS no estado em favor do privado”.

Fonte:Midiamax 

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