Lidiane Kober e Diego Alves
Debaixo de chuva, 250 a 300 pessoas foram, neste domingo (16), ao Parque das Nações Indígenas para marcar a adesão de Campo Grande à onda de protestos que atinge as capitais brasileiras desde o início deste mês. Após debate, o grupo marcou para o dia 20 ato contra escândalos na saúde.
Na mesma data, iniciará o movimento “Dia do Basta”, onde Campo Grande e outras cidades do País, farão protestos em três dias consecutivos (20, 21 e 22) de protestos para parar o trânsito a fim de chamar a atenção das autoridades. O foco da mobilização também será o desvio de recursos públicos no tratamento do câncer nos hospitais Universitário e do Câncer. Antes de definir a saúde pública como pauta da manifestação, também foram discutidos outros assuntos como corrupção, PEC 37, representação do legislativo, executivo e outros.
Os movimentos usam as redes sociais para divulgar as ações e atrair apoiadores. Neste domingo, a maioria do público era de jovens e profissionais liberais. Gisela Fernandes, 51 anos, levou a filha de 17 anos, e se surpreendeu com a iniciativa.
“É a primeira vez que vejo isso em Campo Grande, isso que passei pelas Diretas Já”, comentou. Para ela, é preciso “acabar com a corrupção e com briga entre a Câmara e o Executivo”. “Isso não acrescenta em nada para o povo de Campo Grande”, disse, fazendo menção à crise entre o prefeito Alcides Bernal (PP) e os vereadores.
O estudante Edgar Palharia, de 17 anos, também aprovou a mobilização e disse que “é necessário ir às ruas para discutir um futuro melhor”. Também estudante, André Luis, de 18 anos, comentou que “todo o sistema tem um erro e temos que apontar a causa para resolver os problemas”.
“O protesto é focado no povo, na reivindicação dos direitos garantidos pela constituição do estado democrático de direito. Qualquer um poderá levantar a sua causa e defendê-la no dia da passeata.” disse o universitário Pedro Palhano, de 26 anos.
No próximo dia 20, os manifestantes pretender se encontrar novamente, a partir das 17 horas, na praça Ary Coelho e depois na rua Rui Barbosa, esquina com avenida Afonso Pena, seguir até a Maracaju e voltar pela Rua 13 de Maio até a Ary Coelho no protesto contra o desvio de verba na saúde.
O manifesto vai focar nas denúncias de corrupção envolvendo os gastos com saúde na Capital, como superfaturamento na compra de medicamentos, e nos desvios de recursos no tratamento de câncer nos hospitais Universitário e do Câncer. Na Operação Sangue Frio, da Polícia Federal, constatou-se desvio de quase R$ 1 milhão apenas no HU.
A onda de manifestações começou em São Paulo, Rio de Janeiro e Natal (RN) contra o aumento da tarifa no transporte coletivo. Houve confronto com a polícia e novos atos foram realizados, mais violentos e que acabaram tendo repercussão internacional.
Na Capital sul-mato-grossense, as manifestações não serão contra o aumento da tarifa, já que o valor da passagem de ônibus foi congelado até outubro.
Os dois atos, do Dia do Basta, que serão por três dias consecutivos, e "R$ 0,20, não é por centavos, é por direitos", vão se encontrar na Praça Ary Coelho. O primeiro pretende reunir os manifestantes a partir das 17h na praça e depois seguir para interditar o trânsito no horário de rush.
(Matéria atualizada às 22h51)
Fonte: Midiamax