publicado em 14 de Maio de 2012 às 13:57 - Notícias

Sem equipamentos e valorização profissional, Saúde continuará deficitária em Campo Grande

Especial: Sem equipamentos e valorização profissional, Saúde continuará deficitária em Campo Grande

Por  RBVNews: 
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Percentual repassado ao setor deve ser usado apenas na Saúde, diz médico - Foto: Toninho Souza / RBV NEWSPercentual repassado ao setor deve ser usado apenas na Saúde, diz médico - Foto: Toninho Souza / RBV NEWS

Presidente do Sinmed analisa problemas do setor em Campo Grande e aponta soluções ao substituto de Nelsinho Trad

 

O PL (Projeto de Lei) da LDO 2013 (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do município de Campo Grande, já enviado à Câmara Municipal, será votado antes do recesso parlamentar de julho, conforme Lei Orgânica do Município. De acordo com o texto do PL 7.148/12, a previsão para 2013 é de que o Orçamento cresça 8,49%, ficando em R$ 2,630 bilhões. No período anterior, o aumento foi de 18,47%, passando de R$ 2,046 para R$ 2,424 bilhões. Desse total, 15%, obrigatoriamente, devem ser repassados ao setor da Saúde. 

 

Segundo o secretário de Planejamento, Finanças e Controle, Paulo Sérgio Nahas, foram aplicados 27,9% do Orçamento no setor, praticamente o dobro exigido por lei. Mesmo assim, os pacientes reclamam da demora no atendimento, da falta de médicos e, na maioria das vezes, da falta de paciência, tanto de profissionais quanto do próprio público.

 

Para o presidente do Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marco Antonio Leite, primeiro é prciso saber se o percentual foi aplicado no setor da Saúde, ou se foi investido também em saneamento básico e habitação. "Esse é um hábito no Brasil, dinheiro para a saúde é usado em outros setores, como habitação e saneamento básico e não nas unidades de atendimento de saúde pública", comenta.

 

De acordo com o médico, o maior problema de Campo Grande diz respeito ao atendimento básico nos postos. " O problema são os plantões. Quando o cidadão precisa de uma receita, precisa de um atendimento de emergência, encontra a demora no atendimento porque não há estrutura", pontua.

 

Para Marco Antonio, o próximo prefeito precisa dar mais atenção às unidades básicas de saúde. "Campo Grande é um município privilegiado nessa área, nós temos nove Unidades de Pronto Atendimento [UPAs], são cerca de 75 postos de saúde, mas é preciso fazê-los funcionar, é preciso que toda essa  estrutura dê conta de atender a demanda, o que ainda não acontece", explica.

 

Segundo o médico, isso só passará a acontecer se o novo prefeito passar a, além de construir, também equipar essas unidades e valorizar os profissionais. "Não há interesse do médico especialista atender nos postos porque o salário base de, aproximadamente, dois mil e cem reais não compensa. O novo prefeito precisa concluir e implantar o plano de cargos e carreira para que o atendimento se torne mais interessante para o profissional", comenta.

 

"Aumentar o repasse somente não resolve os vários problemas da saúde de Campo Grande. É preciso empregar o dinheiro especificamente no setor e equipar os postos, além de valorizar o profissional de saúde", finaliza.

 

O secretário de Planejamento, Finanças e Controle, Paulo Sérgio Nahas, informou que o município tem um baixo índice de endividamento e está com "as contas equilibradas". Ainda segundo o PL, o próximo exercício (2013) deve ser encerrado com superávit nominal de R$ 43,9 milhões.

 

Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, Campo Grande pode comprometer até 110% da receita corrente líquida com a dívida pública. Nahas informa que o índice hoje não ultrapassa os 18%. "Isso significa que o próximo prefeito pode gastar até cinco vezes mais, que mesmo assim ainda estará dentro dos limites preconizados pela Lei", diz o secretário.

 

Entretanto, todas essas vantagens não impedem os problemas com a má qualidade do asfalto empregado na cidade, ou o problema da violência nas escolas, nem a falta de médicos e a demora no atendimento nos postos de saúde.

 

Nas últimas quatro semanas o RBV NEWS publicou matérias especiais sobre os problemas que o sucessor de Nelson Trad Filho (PMDB) enfrentará ao assumir o cargo no próximo ano, que podem ser lidas nos links abaixo.

 

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