A história do movimento feminista registra momentos importantes na luta das mulheres em busca da emancipação e visibilidade.
Organizadas, as mulheres conquistaram direitos essenciais, como acesso à educação, acesso ao trabalho e liberdade para escolher a própria profissão, o direito de votar e de ser candidata.
Mesmo com todas as conquistas, ainda hoje, persiste a desigualdade de gênero, no que diz respeito à desigualdade salarial, as mulheres ganham menos que os homens, ocupando o mesmo cargo e possuindo a mesma ou até maior escolaridade que eles.
Recente pesquisa feita pelo SEBRAE revela que a diferença salarial entre homens e mulheres nas pequenas e médias empresas é de 24%, enquanto que nas grandes empresas é de 44%.
E além de que, as mulheres enfrentam a dupla jornada de trabalho, fazendo com que tenham menos tempo para si, a ausência de políticas públicas que facilite a vida das mulheres é visível, quase inexistente ou em alguns lugares, não existe. Enquanto elas poderiam estar estudando, lendo, descansando, acabam tendo que desempenhar os trabalhos domésticos, depois de uma jornada extenuante de trabalho.
E neste sentido, o 8 de março para o nosso sindicato (SINTSS/MS) é um momento de reflexão com a base, na defesa da democracia e dos direitos das mulheres, trazendo para dentro do sindicato o entendimento de que temos que discutir as condições das mulheres, tanto na questão da desigualdade salarial ou a dupla jornada de trabalho que acarreta danos laborais à saúde da mulher, tanto quanto outras atividades remuneradas.
Sendo como um ponto central de debate para que avancemos rumo à igualdade de gênero, pois o índice de participação das mulheres na política, nos cargos de decisão das esferas públicas e privadas e no judiciário ainda é muito pequeno.
O poder é um domínio hegemônico dos homens.
Em outras palavras, o poder sobre as decisões públicas, que deveriam ser igualitárias, é marcadamente masculino, o que resulta em pouca atenção no mundo político para assuntos importantes quanto à qualidade de vida das mulheres, deixando um déficit democrático para a nação.
Portanto neste 8 de março vamos que vamos, à luta para garantir nossos direitos.
Escrito por: Cleuza Pedroza dirigente do SINTSS-MS
Memória
A Casa da Mulher Brasileira foi inaugurada dia 3 de fevereiro do ano de 2015, em Campo Grande (MS).
O espaço tem por objetivo acabar com a "romaria" de até 5 (cinco dias) que às mulheres vítimas de violência eram obrigadas a passar, para receber atendimentos públicos de acolhimento, proteção física e jurídica para ela e seus filhos, atendimento psicológico, assistência social, de orientação para o mercado de trabalho, para que as mulheres se sintam apoiadas e seguras em denunciar.
O complexo conta com todos os serviços especializados para atender a mulher vítima de violência, como delegacia, juizado, defensoria, promotoria, equipes psicossocial e de orientação para emprego e renda, além de brinquedoteca, área de convivência, alojamento de passagem e central de transportes. A ação faz parte do Programa Mulher Viver sem Violência da SPM.
A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande (MS), já realizou mais de dez (10) mil atendimentos às mulheres vítimas de violência. Os crimes mais comuns registrados são lesão corporal, ameaça e injúria.
A iniciativa é um passo histórico na luta por autonomia, liberdade e respeito às mulheres.
História de luta
No dia 7 de Abril de 2014, o Sintss-MS realizou uma grande Mesa de Discussão sobre o tema: Violência contra a mulher-questão de saúde pública. Naquela oportunidade o evento estimulou o debate, sobre tema tão necessário, envolvendo o mundo sindical, governos, movimentos sociais e a academia.
No dia 8 de março do mesmo ano, entidades e movimentos sociais e sindicatos CUTistas marcharam pelas ruas de Campo Grande exigindo Delegacia Especializada da Mulher, aberta 24hs, pois, até pouco tempo, a DEAM funcionava em horário de expediente comercial de segunda à sexta-feira, sendo que os movimentos sociais alertavam que as maiores ocorrências acontecem nos finais de semana.
Sobre o 8 de março
A data de 8 de março está ligada diretamente à luta das mulheres por melhores condições de trabalho, por uma vida mais digna e uma sociedade mais justa e solidária.
Mesmo antes da revolução industrial, mulheres lutavam por melhores condições de trabalho, já que tinham jornadas extremantes puxadas e tinham salários muito inferiores aos dos homens.
A proposta de criar uma data internacional para celebrar as lutas e conquistas das mulheres foi apresentada em 1910, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. A definição pelo 8 de março ocorreu em 1921, na Conferência Internacional de Mulheres Comunistas.
Em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas como “Dia Internacional das Mulheres”.
SINTSS-MS
Saiba mais sobre os serviços especializados oferecidos no complexo da Casa da Mulher Brasileira.
http://www.spm.gov.br/assuntos/violencia/cmb
Atualizado às 13h13min para inserção de informações.